sábado, 24 de abril de 2010

A verdadeira utilidade dos filmes lamechas

Qualquer homem já se perguntou porque continua a ceder à vontade dela de querer ver aqueles filmes lamechas e cheios de marmelada, enquanto as prateleiras dos clubes de vídeo estão recheadas de bons filmes de acção e comédia perversa, cheios de explosões e asneiras de fazer qualquer mafioso corar.



Chove. Aquela rapariga linda de olhos azuis com que qualquer homem sonha percorre o passeio deserto e cinzento, num fim de tarde escuro e triste. Os seus cabelos castanhos molhados envolvem-lhe a cara, enquanto fios de água da chuva lhe percorrem o rosto e disfarçam as lágrimas. Então, vê uma frágil flor amarela, espreitando por uma fenda no passeio de cimento. Aquela pequena flor colorida no meio da imensa tristeza cinza, sobrevivente das adversidades, esperança entre a resignação. Ouve passos chapinhar nas poças e olha para cima. É ele, abraçam e beijam-se debaixo da chuva. E o resto deixo à vossa imaginação.
Bem, parece-lhes familiar? Não vos soa àqueles filmes com tanto mel que até dói o osso? Este podia bem ser um excerto do guião de um desses filmes; ou parte de um livro do Nicolas Sparks (inevitavelmente adaptado por Hollywood para satisfazer as necessidades das senhoras mais sensíveis). Enquanto homem e apreciador de filmes não-lamechas (não me refiro, de todo, a películas tipo Rambo, aliás, sou dos primeiros a rejeitar um filme desses. Mas não estamos a falar das minhas preferências cinematográficas, portanto adiante), isto não me agrada particularmente; quero dizer, não significa que não o veja, mas não seria a primeira escolha... pelo menos até descobrir a verdadeira utilidade dos filmes lamechas. Passo a explicar.

Li à pouco tempo um artigo intitulado "As mulheres também são badalhocas", e a conclusão a que o autor chegou foi que a menina bonita e inocente de outros tempos (que todos nós ainda esperamos ver) já não existe. As meninas de hoje são tanto ou mais perversas que os homens, capazes de verdadeiras loucuras. Dito isto, vejamos. As mulheres, apesar das mudanças de mentalidades, continuam a gostar de um bom filme romântico, em casa, aconchegadas no sofá com o parceiro (ou parceira, sabe-se lá), a comer pipocas feitas no microondas. No meio de um enredo recheado de muita e farta lamechice, dois cenários são possíveis: um, o casal fica junto, beijam-se ao pôr-do-sol e têm muitos filhos (cenário positivo); dois, um dos parceiros morre e o outro tem de enfrentar o futuro sem o seu mais-que-tudo (cenário negativo). Portanto, no primeiro caso, a mulher fica com a lágrima ao canto do olho, mas feliz, e imagina que a sua vida vai ser assim com o seu pareceiro, e agarra-se a ele como que para garantir que ficarão para sempre juntinhos; no segundo caso, a mulher é provável que chore, pense "e se aquilo te acontecer?", e acaba por se agarrar ao parceiro, como que para lhe dar um sinal de afecto, caso tal aconteça (já se sabe que as mulheres são capazes de fazer novelas em segundos). Ou seja, resumindo e concluindo, elas acabam sempre agarradas ao pareceiro.

É aqui que entramos nós. Aproveitando toda aquela enorme sensibilidade feminina, o homem faz a sua jogada. Ela agarrada a ele, tem uma subita necessidade do o beijar, como no filme que acabaram de ver, enroscam-se e... sexo! Eis que aqui têm, homens do mundo: a verdadeira utilidade dos filmes lamechas: sexo! Não se preocupem se elas estão num momento vulnerável, porque não estão: ora, primeiro as mulheres também são perversas; segundo, elas nunca choram nem se sensibilizam ao ponto de se tornarem demasiado vulneráveis (quer dizer, de um momento tocante de trazer lágrimas aos olhos ao sexo vai um grande passo, por isso se realmente o envolvimento acontecer a culpa também é dela).

Tirada a conclusão, não nos podemos deixar de perguntar se o "Titanic" somente pretendia divulgar uma história trágica...




P.S.: MUITO IMPORTANTE- falar de mulheres e dos seus sentimentos, principalmente quando se sugere usá-los em função do sexo, pode ser muito perigoso. Por isso, e tendo em conta a complexidade imensa do tema, devo referir que:

1. este é um artigo essencialmente masculino (prometo fazer também destinados ao sexo feminino, embora com outros temas mais apropriados);

2. este artigo não tem qualquer objectivo machista, e peço às mulheres que lerem isto que não o interpretem dessa forma (aliás, se o acharem incorrecto, digam através de um comentário);

3. os comentários acerca das mulheres serem perversas referem-se essencialmente a jovens raparigas;

4. este é o resultado de uma das minhas conversas com outros homens, pelo que é espontâneo e, bem, já sabem como são os homens.




Live la Vida Sofa,

El Sofa

1 comentário:

Jess Rodrigues disse...

Pachecozinho...vamos ver um filme lamchas :D


lmao